Para um bom gerenciamento da cadeia de suprimentos, o forcest é essencial. Sem isso, dificilmente uma empresa consegue atender bem seus clientes, cumprir metas e até mesmo manter as contas em dia. Planejar o futuro adequadamente faz parte da estratégia de negócios (para não falar da vida de uma empresa). Prever a demanda ajuda a empresa a distribuir melhor seus produtos, de forma eficaz, para evitar excesso de estoque.
E isso é válido, também, não apenas em relação aos produtos. Dependendo do setor de atuação ou até mesmo da região em que está instalada, algumas empresas dependem de previsões relacionadas ao clima, que podem causar problemas logísticos, por exemplo. Assim, o setor de compras precisa trabalhar para identificar soluções e estratégias que possibilitem prever com maior exatidão os vários fatores de risco.
Uma recente pesquisa da Deloitte constatou que as equipes de compras estão se sentindo desconfortáveis com os novos desafios que aparecem no horizonte: crise econômica, guerra comercial, transformação digital, maior complexidade dos negócios. Nesse sentido, a análise preditiva pode vir a ser uma tábua de salvação para lidar com um mercado cada vez mais volátil e com clientes ainda mais exigentes.
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ToggleAções, no lugar de apenas prever
De nada adianta fazer previsões e promessas se nada disso se transformar em ações efetivas. Por exemplo, as gigantes Nestlé e Procter & Gamble divulgaram que não alcançariam as metas estipuladas, no início dos anos 2010, em relação a eliminar completamente o desmatamento em suas cadeias de suprimentos.
Isso indica um sinal de alerta para as empresas. As que não conseguirem cumprir com suas previsões e promessas correm o risco de perder clientes e até mesmo prejudicar sua reputação.
Até mesmo os funcionários pedem mudanças
Dias antes do Global Climate Strokes, a Amazon e o Google divulgaram planos ambiciosos na área ambiental. A Amazon prometeu cumprir o Acordo Climático de Paris uma década antes, investir em reflorestamento e comprar 100 mil veículos elétricos para suas operações. Na mesma época, o Google realizou a maior compra corporativa de energia renovável da história.
Nenhuma das medidas impediu que seus funcionários participassem das manifestações por mudanças climáticas. Para os funcionários da Amazon, a iniciativa foi boa, mas insuficiente. Da mesma forma, funcionários do Google exigem que a empresa anuncie um plano climático que garanta zero emissões até 2030.
Isso deixa claro que o comportamento da empresa pode afetar seu relacionamento com funcionários e, principalmente, com seus clientes.
O que o setor de compras pode fazer?
Em um mundo que questões ambientais, de direitos humanos, preocupações com o bem-estar animal e ainda questões morais estão cada vez mais presentes nas discussões corriqueiras, o setor de compras precisa dar uma nova ênfase em práticas éticas estabelecidas e mantidas por meio de parcerias em cada etapa da cadeia de suprimentos. A empresa que mostrar preocupação real fará tudo o que puderem para criar uma abordagem ética e responsável seja por intermédio da tecnologia ou outros meios.
De acordo com a Deloitte, 65% das empresas têm visibilidade limitada após o primeiro nível de fornecedores. Isso os torna vulneráveis a todos os tipos de risco que podem ir além do prejuízo monetário. Talvez tenha chegado a hora de as empresas encontrarem em seus concorrentes um parceiro para aumentar essa visibilidade na cadeia de suprimentos e evoluir para reconquistar clientes e focar em negócios realmente mais éticos.
Via IT Forum 365 – Erick Boano, vice-presidente e fundador da COSTDRIVERS