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Gestores da cadeia de suprimentos são chave para futuras crises

Acostumados a reduzir o tempo e mostrar resultados em crises, gestores da cadeia de suprimentos global ganham proeminência prolongada durante a recuperação da pandemia.

Especialistas em compras dominaram a cena na corrida para garantir fontes alternativas de itens domésticos essenciais, equipamentos médicos, matérias primas e componentes para manter fábricas funcionando no início do surto de Covid-19. Agora, os CEOs recorrem a esses mesmos gestores para uma visão mais estratégica e formas de proteger as cadeias de suprimentos de choques para a sobrevivência corporativa.

De montadoras a processadoras de alimentos, fabricantes que se apoiaram em uma estratégia de suprimentos de baixo custo e estoques mínimos estão repensando essa abordagem, em meio à combinação de pandemia, conflitos comerciais e desastres naturais mais graves.

As palavras-chave agora são flexibilidade e resiliência.

“Toda essa parte da equação tem maior destaque”, disse Alexander Lacik, diretor-presidente da joalheria dinamarquesa Pandora Group, com cerca de 7.400 pontos de venda. O diretor da cadeia de suprimentos “não é alguém com quem falo apenas uma vez por mês”, afirmou Lacik em entrevista.

Quando o impacto do coronavírus se materializou, algumas empresas levaram de três a quatro semanas para entender o efeito cascata em áreas como compras e logística.

Essas empresas estão agora na fase de reconstrução, mirando quais ferramentas digitais e outras tecnologias precisam ser priorizadas quando a próxima crise ocorrer, de acordo com Kristian Park, sócio para consultoria de risco da Deloitte, em Londres.

“Como sempre, é preciso um abalo sísmico para mudar a percepção das pessoas sobre os riscos”, disse Park.

Esse é o ponto ideal de um diretor da cadeia de suprimentos, que normalmente fica mais à vontade com um amplo foco em compras, logística, alianças estratégicas e custos de gerenciamento, explicou Park.

Estudos recentes apoiam medidas para introduzir mais flexibilidade. Empresas com uma rede de suprimentos resiliente crescem mais rapidamente porque se adaptam melhor às mudanças da demanda, potencialmente aumentando a taxa de pedidos em até 40% e a satisfação dos clientes em até 30%, de acordo com estudo da Bain & Co.

Escada corporativa

Há duas décadas, menos de 10% das empresas tinham um diretor da cadeia de suprimentos, de acordo com Jan Godsell, professora de operações e estratégia da cadeia de suprimentos na Universidade de Warwick. O número agora está mais próximo de 50%, e o papel de diretor da cadeia de suprimentos se tornou mais comum nos últimos cinco anos.

Eles estão subindo ainda mais na escada corporativa no mundo pós pandemia, disse.

“A Covid-19 pode ter sido um alerta aos principais conselhos sobre a importância das cadeias de suprimentos e, com sorte, vai acelerar a ascensão do diretor da cadeia de suprimentos”, disse Godsell.

O salário médio para um gerente da cadeia de suprimentos era de cerca de US$ 78.507 por ano para profissionais com diploma de bacharel e US$ 95.750 com pós-graduação ou grau superior, de acordo com a pesquisa anual de 2020 da Association for Supply Chain Management, a pesquisa recebeu cerca de 2.500 respostas até 31 de janeiro.

Em grandes empresas globais, os cargos do alto escalão podem pagar entre US$ 300.000 e US$ 400.000 por ano.

Via Economia UOL

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