Eleições nos Estados Unidos: A Reeleição de Donald Trump
Nesta quarta-feira (6/11), as eleições nos Estados Unidos chegaram ao fim, elegendo novamente Donald Trump com 294 votos de delegados, segundo dados da BBC. Após o término dessa eleição, assistida mundialmente, surge uma pergunta: qual será o impacto dessa vitória ao redor do mundo?
Impactos Imediatos da Vitória de Trump
Os efeitos da reeleição de Trump para a presidência do país mais influente do mundo começaram a ser sentidos imediatamente, mesmo antes de sua vitória ser oficialmente confirmada. É importante lembrar que, nos Estados Unidos, os partidos aguardam pelo “número mágico” de 270 delegados. O candidato que atinge esse número obtém a maioria dos delegados, sendo declarado vitorioso mesmo antes da apuração total. Logo após o candidato republicano alcançar esse número, a Forbes Brasil já havia realizado uma análise do mercado mundial: em relação a moedas fortes, como o euro, a libra e o franco suíço, o dólar teve um aumento de 1,4%. Em relação a moedas de países emergentes, o dólar chegou a valorizar 3%.
Reação do Mercado Financeiro
Além da valorização do dólar, os reflexos da eleição também foram sentidos em empresas que apoiaram Trump. As ações da Tesla, por exemplo, aumentaram aproximadamente 30% na semana pós-eleição; as da Coinbase subiram 48%; e as da Robinhood dispararam 27%. O analista Dan Ives, da Wedbush, afirmou que a Tesla emitiu uma nota declarando que a empresa espera obter certos benefícios sob o governo de Trump.
O Mercado Brasileiro Sob o Governo Trump
Após essa breve análise de como o mundo reagiu, é hora de olharmos para o mercado brasileiro e entendermos o que está acontecendo e o que pode acontecer. É importante ressaltar que a economia é dinâmica e que certas informações, mesmo vindas de fontes confiáveis, são especulativas e sujeitas a mudanças ao longo do ano.
Taxações Prometidas por Trump
Trump, ao ser questionado sobre seu plano econômico durante a corrida eleitoral, prometeu impor uma alíquota de 60% ou mais em produtos importados da China, além de taxas de 10% a 20% na entrada de mercadorias de outros países. O Brasil é o principal exportador de café para os Estados Unidos, além de fornecer grandes quantidades de suco de laranja, carne bovina, produtos derivados de cana-de-açúcar, couro e soja.
Possíveis Consequências para o Brasil
Analisando os dados trazidos por Paula Salati em parceria com estudiosos, publicados no G1, é possível concluir que aumentar os preços de alimentos básicos para toda uma nação é sempre algo muito delicado, pois afeta diretamente a população. Portanto, é pouco provável que Trump taxe produtos de primeira necessidade. O alvo mais provável dessas taxações seriam a China e produtos tecnológicos, como já ocorreu durante seu primeiro mandato.
Oportunidades no Mercado Asiático
A possível resposta da China a essas medidas seria a taxação de produtos agrícolas vindos dos Estados Unidos, o que poderia beneficiar o Brasil, aumentando as exportações de soja, milho e carnes para os países asiáticos.
Análises Divergentes Sobre os Impactos
Enquanto Paula Salati aponta aspectos positivos, outras publicações e especialistas têm uma visão mais cautelosa. A Forbes, por exemplo, trouxe uma análise na qual o cenário não parece favorável. Segundo a revista, as taxações podem tornar os produtos brasileiros menos competitivos no mercado internacional, prejudicando nossa balança comercial.
Valorização do Dólar e Seus Efeitos no Brasil
Além disso, a política fiscal expansionista que Trump pretende adotar em território norte-americano, com cortes de impostos e aumento de gastos, tende a fortalecer o dólar. Isso nos leva a observar a relação entre dólar e inflação. Com a valorização do dólar, o real se desvaloriza, tornando as importações mais caras, o que eleva o custo de vida. Com uma inflação mais alta, o Banco Central pode ser forçado a aumentar as taxas de juros, impactando diretamente o crédito e o crescimento econômico.
Reação do Mercado Brasileiro
Esse cenário já gerou preocupações no mercado brasileiro. No dia 6/11, a taxa Selic foi aumentada em 0,5 ponto percentual. A B3 também demonstrou preocupação com o impacto nas empresas exportadoras brasileiras, apresentando dados e análises semelhantes às mencionadas anteriormente.
O Papel dos Compradores no Cenário Atual
Então, após compreendermos melhor as eleições nos Estados Unidos e analisarmos como o mundo e o Brasil estão respondendo à vitória do republicano Donald Trump, é hora de entender o que podemos fazer como compradores.
A Importância do Planejamento Estratégico
Em primeiro lugar, acredito que devemos nos esforçar para estudar as mudanças previstas até a posse de Trump, mesmo que não sejamos especialistas em economia. Após essa etapa e com a posse concretizada, poderemos observar os resultados reais. É importante ressaltar que, apesar de as pesquisas e análises de fontes confiáveis apresentarem previsões, o cenário concreto só será evidente após a posse. Nesse momento, poderemos começar a nos planejar de maneira mais assertiva.
Como Identificar Impactos em Categorias de Compras
O primeiro passo é entender profundamente as categorias que gerenciamos. Devemos avaliar se seremos mais ou menos impactados pelas mudanças esperadas. Seguindo as tendências apontadas pelos estudos apresentados, todos seremos afetados de alguma forma, mas categorias relacionadas a commodities ou que dependem de custos dolarizados sofrerão um impacto ainda maior.
Ferramentas para Mitigação de Impactos
A partir daí, caberá ao comprador utilizar as ferramentas de análise e de mercado disponíveis, como as 5 Forças de Porter, a Matriz de Kraljic, a análise SWOT, bem como KPIs e SLAs. Essas ferramentas podem nos ajudar a identificar insights estratégicos que facilitem as negociações, permitindo mitigar os efeitos das mudanças previstas. Mesmo diante de possíveis reajustes de preços, será possível buscar condições comerciais favoráveis e explorar outros fatores que favoreçam a negociação outros pontos que devem te ajudar a se preparar são:
Análise de Fornecedores
Identifique, entre os fornecedores com quem você já trabalha e no mercado, quais serão mais ou menos impactados pelas possíveis mudanças econômicas. Caso sua operação dependa de importações, analise a viabilidade de alternativas locais, regionais ou estaduais para reduzir a dependência externa e minimizar os riscos associados à volatilidade cambial ou às barreiras comerciais.
Análise de Contratos
Revise detalhadamente os contratos vigentes para identificar cláusulas que possam resultar em reajustes de preços. Após essa análise, busque estratégias preventivas para mitigar o impacto desses reajustes, como renegociações ou a inclusão de cláusulas mais flexíveis.
Estratégias de Hedge Cambial
Se sua empresa opera amplamente com transações em moedas estrangeiras, considere implementar estratégias de hedge cambial. Essa prática pode ser uma ferramenta eficaz para proteger a empresa contra a volatilidade cambial, garantindo um valor fixo para as transações internacionais e ajudando a estabilizar os custos.
Planejamento de Estoque
Considere alinhar com a empresa uma estratégia de aumento de estoques em momentos oportunos, garantindo a compra a preços mais baixos antes de possíveis reajustes. Essa medida pode ajudar a preservar margens e evitar impactos severos no orçamento em períodos de instabilidade econômica.
Sobre Mim: Rafael Serratto Honorato
Sou Rafael Serratto Honorato, comprador júnior na Vorätte, e iniciei minha trajetória na área de compras há pouco mais de um ano. Apesar de ainda estar no começo da minha carreira, tenho me dedicado intensamente a aprender e me aprimorar. Já participei de diversos cursos em temas como Strategic Sourcing, gestão de custos e negociação, que me ajudaram a desenvolver uma visão analítica e estratégica sobre o mercado.
Minha Missão Profissional
Combinando estudos com a prática diária, venho conquistando resultados importantes, como savings expressivos em projetos e melhorias nos processos de suprimentos. Acredito no poder da aprendizagem contínua e no uso da tecnologia, como a Inteligência Artificial, para transformar a maneira como negociamos e gerimos categorias.
Minha missão é crescer como profissional enquanto entrego valor às empresas em que atuo e compartilho insights úteis com quem está nessa jornada. Vamos juntos?
